Lázaro Ramos imagina Brasil que expulsa negros em seu filme de estreia na direção. ‘Medida Provisória’, com Alfred Enoch, constrói distopia sombria, com quilombos futuristas, sem perder o humor.
LOS ANGELES Fernanda Ezabella (https://www1.folha.uol.com.br/autores/fernanda-ezabella.shtml)
Num futuro próximo, uma ex-motorista de táxi de 84 anos caminha até o banco para receber a primeira indenização do governo brasileiro por conta dos séculos de escravidão no país. O filme “Medida Provisória”, estreia na direção do ator Lázaro Ramos começa num embalo positivo de esperança, mas logo puxa o tapete do espectador para construir uma distopia sombria, sem perder o humor.
O longa foi exibido nesta semana no festival SXSW, o South by Southwest
(https://www1.folha.uol.com.br/folha-topicos/south-by-southwest/), que pela segunda vez aconteceu virtualmente. O lançamento do filme no Brasil está previsto para o segundo
semestre.
“Medida Provisória” traz a atriz Taís Araújo e Alfred Enoch, ator britânico com raízes brasileiras, no papel de um casal no Rio de Janeiro em meio ao caos depois de um golpe racial no Brasil. No rastro de um fracassado programa de indenização aos negros, o governo cria o projeto “Resgate-se Já”, em que passa a pagar para pessoas de “melanina acentuada” irem morar na África de maneira voluntária.
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Fonte: Folha de São Paulo 21/03/2021